Os cães-guia são animais treinados para serem os “olhos” do deficiente visual. Após colocar o peitoral, o cão começa o seu trabalho de conduzir o dono desviando de objetos e obstáculos e, assim, evita acidentes.
A relação entre cão-guia e seus tutores é antiga, um registro em madeira que nos remonta à Idade Média, que ilustra um homem cego, conduzindo um cão em uma coleira. Mas, os registros da adoção de cães com essa finalidade começaram a ser mais frequentes durante a Grande Guerra, momento este em que muitos soldados acabaram cegos em decorrência de gases venenosos; sendo um médico alemão, Dr. Stalling, o precursor da ideia. Tempos depois, em 1916, a primeira escola de cães-guia do mundo foi fundada e, com o passar dos anos, outras foram abertas.
No Brasil, a primeira escola de cães guias foi fundada em 1999, a Lions Clube Florianópolis Lagoa Helen Keller. Porém, a disparidade entre o número de pessoas com deficiência visual e cães-guias no Brasil é alarmante: segundo dados do IBGE, existem cerca de 6,5 milhões de pessoas deficientes visuais para apenas menos de 200 cães em serviço. Além disso, apesar da Lei nº 11.126/05 e do Decreto nº 5.904/06, que dispõem sobre o acesso e permanência destes cães em qualquer local público ou privado (exceto em UTIs e salas de cirurgia), o número desses é bastante restrito.
O treinamento desses cães envolve uma triagem com animais saudáveis, em boa forma e temperamento estável, os Labradores, Golden Retriever e Pastores Alemães são as principais raças comumente usadas como cães-guia. O cão é selecionado a partir de sua genética e de seu comportamento enquanto filhote. Caso esteja apto ao treinamento, é iniciada a fase de socialização, onde o cão é ensinado a conviver socialmente e aprende os comandos básicos de obediência para o convívio. Essa primeira fase pode ser conduzida tanto pelo treinador do cão quanto por uma família voluntária, que se disponha a ficar com o cão até que ele complete um ano de vida, ensinando-o a conviver e, principalmente, fazendo com que o cão receba amor e carinho, para que ele se tome bastante dócil.
Após o período de socialização, os cães recebem treinamento específico para ser cão-guia. O processo todo dura cerca de 18 meses, até que o animal possa ser destinado a pessoa com deficiência visual.
Nós, d’ A Quinta selecionamos para você ou alguém que você saiba que precisa de um cão-guia ou tem interesse de ser um voluntário, links de dois projetos incríveis de socialização e treinamento de cães para se tornarem cães-guia. Um é o Instituto Magnus e o outro Instituto Helen Keller.
O cão guia é especialmente treinado para melhorar a qualidade de vida do seu tutor. Eles fornecem segurança aos seus parceiros na hora de se locomover, além de facilitarem o equilíbrio físico e emocional. Esses cães são capazes, inclusive, de permitir melhor socialização do seu tutor e até mesmo aumentar a sua auto estima promovendo maior independência. Assim, conduzem seu parceiro muitas horas por dia, inclusive parando em meios-fios antes de atravessarem ruas, e desviando-os de obstáculos, tais como declives, buracos ou mesmo galhos de árvores.
Um cão selecionado e treinado, já apto a acompanhar o portador de deficiência visual, trabalha como guia por aproximadamente dez anos. Após este tempo, se aposenta, podendo permanecer como animal de estimação, enquanto seu dono adota outro para auxiliá-lo no dia a dia.
Como seu auxílio é muito importante para seu dono, devem evitar distrações, como cheiros, pessoas, sons e outros animais; além de compreender os comandos enviados (e desobedecer a comandos que os coloquem em perigo).
Se você é ou conhece algum deficiente visual, a ajuda de um cão guia pode ser incrível, pense nessa alternativa de conhecer o mundo através dos olhos desses cães e se fascinar com uma relação mútua de carinho, companheirismo e dedicação.